11 Janeiro 2024
Tecnologia da NOVA para o tratamento do cancro licenciada à BioNTech
O acordo anunciado esta semana pela biotecnológica portuguesa CellmAbs, spin-off da Universidade NOVA de Lisboa, inclui tecnologia patenteada que teve origem na Faculdade de Ciências e Tecnologia da NOVA (NOVA FCT), desenvolvida em colaboração com o Instituto Português de Oncologia do Porto (IPO) e o Helmholtz-Zentrum Dresden-Rossendorf (HZDR) na Alemanha.
A tecnologia resulta de anos de investigação colaborativa com epicentro no grupo da Professora Paula Videira da NOVA FCT, incluindo contributos do Instituto de Higiene e Medicina Tropical da NOVA, e é representativa da excelência da investigação científica e translacional produzida nesta Universidade.
Trata-se do maior acordo de transferência de tecnologia de sempre no campo da biotecnologia e ciências da vida com uma empresa portuguesa e o mais relevante nesta área por poder resultar no primeiro medicamento português inovador para a oncologia a ir para o mercado. No caso, criar anticorpos monoclonais (‘mAbs’) específicos para células cancerígenas, sem afetar as células saudáveis, representa um avanço fundamental, pois permite tratamentos que atacam a doença de forma mais eficaz e com menos efeitos colaterais, além de serem personalizados, ou seja, adaptados às características individuais do cancro em cada paciente.
“Estas terapias, que se mostraram eficazes em mais de 80% dos tumores sólidos, poderão ser adaptadas a vários estádios do tumor; asseguram uma menor toxicidade e um menor risco de quimiorresistência, melhorando a tolerância e a qualidade de vida do paciente; e, ainda, contribuem para impedir a progressão e evasão do tumor”, assegura Nuno Prego Ramos, cofundador e CEO da CellmAbs.
Fundada em 2019 como uma spin-off da Universidade NOVA de Lisboa, a CellmAbs especializou-se em novos tratamentos contra o cancro e apresenta, no seu portfólio, vários candidatos pré-clínicos com base no seu conhecimento avançado de antigénios específicos do cancro. É, hoje, um caso de sucesso no domínio da transferência de tecnologia e criação de valor, uma área que a Universidade reforçou estrategicamente nos últimos anos e começa a dar os seus primeiros frutos.
“É com um orgulho imenso que vemos uma tecnologia inicialmente desenvolvida num dos centros de investigação da NOVA ter o seu potencial reconhecido com grande probabilidade de vir a salvar vidas, confirmando, na prática, a qualidade da investigação de vanguarda que é feita na Universidade e o impacto que esta pode ter na sociedade”, salienta a vice-reitora Isabel Rocha, que tutela as áreas das investigação e inovação na Universidade NOVA de Lisboa.
A CellmAbs está também particularmente otimista em relação a este acordo por se antever que a empresa poderá ser a primeira no setor das ciências da vida em Portugal a ultrapassar a barreira dos mil milhões de euros.