NOVA Science & Innovation Day 2024: celebrar o talento da investigação e inovação da universidade


À porta da Reitoria, o Formula Student – que conhecemos mais em detalhe este verão – dava as boas-vindas a quem chegava; no átrio, a feira de inovação mostrava as apostas de spin offs, CoLABs e demais projetos mais inovadores de todo o universo NOVA. No auditório, desfilou, ao longo desta terça-feira, dia 3, o que de melhor se faz em todo o ecossistema de investigação e inovação da Universidade NOVA de Lisboa, cujo balanço mais que positivo foi apresentado, logo no início do encontro, pelo Reitor, João Sàágua.   

“A nossa produção científica tem estado a sempre a crescer ao longo dos últimos 7 anos, destacando-se as 21 bolsas ERC, desde 2018, incluindo 2 bolsas Synergy, que contribuíram para um financiamento cumulativo de bolsas ERC atribuídas a investigadores da NOVA na ordem dos 47 milhões de euros. As receitas de I & D também duplicaram, neste período”, prosseguiu, assinalando ainda o crescimento de patentes ativas em perto de 30 por cento – 70 por cento protegidas internacionalmente – e o facto de termos 20 projetos financiados no âmbito da Componente 5  Capitalização e Inovação Empresarial do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).    

“Tudo isto contribui”, reforçou ainda, “para a criação de uma comunidade científica com várias iniciativas importantes, na área do empreendedorismo, mas também no apoio a doutorandos, como a NOVA Escola Doutoral, já considerada uma das melhores iniciativas da universidade

“Estabeleceu-se um conselho estratégico para a investigação e um conselho de criação de valorcom representantes de todas as UO’s [Unidades Orgânicas], e temos hoje uma agenda comum que veste a sustentabilidade nas suas muitas caras”. Resumindo: “O que vemos é cada vez mais a verdadeira criação de uma cultura intelectual da NOVA que liga a academia à indústria e a outras instituições públicas, para que o conhecimento adquirido tenha impacto na sociedade”.   

Este ecossistema crescente de talento, interdisciplinaridade e impacto da investigação da NOVA foi, de seguida, sublinhado pela Vice-reitora que tutela a área. “Os recursos que conquistámos revelam também a excelência da nossa investigação e o talento dos nossos investigadores”, notou. “Outra prioridade desde mandato foi a prioridade dada à ciência de acesso aberto: a nossa universidade tem dos melhores indicadores na matéria, reconhecidos pelo ranking de Leiden, que faz essa avaliação, salientou, ainda.   

Seguiu-se o aplauso para as Narrativas de Impacto na Investigação, desafio dirigido a investigadores para que mostrem o impacto societal dos seus projetos e resultados científicos, seja na melhoria das condições de vida dos cidadãos, no desenvolvimento de produtos inovadores, no impacto ambiental ou no incentivo às melhores práticas no domínio das políticas públicas. desafio dirigido a investigadores para que mostrem o impacto que a sua investigação tem, seja influenciado inovadores sociais ou incentivando melhores práticas. 

“É também uma forma de reconhecer a importância de comunicar todo o investimento investigação e inovação à sociedade”, acentuou Isabel Rocha, assinalando a “evolução notável do empreendedorismo na NOVA” – e destacando a experiência vivida por Spin-Offs da universidade, como a CellmAbs, que protagonizou esse feito único de conseguir o maior acordo de transferência de tecnologia de sempre, no campo da biotecnologia e ciências da vida, feito com uma empresa portuguesa. A área ganhou igualmente, nos últimos anos, o reconhecimento além-fronteiras, ao ser considerada a universidade mais empreendedora da Europa. “É fruto do esforço feito para atrair e reter talento”.  

Passados os discursos institucionais, foi tempo de mergulhar neste ecossistema com mais detalhe, dando voz aos investigadores das várias UO que angariaram projetos de dimensão significativo no último ano. 

O primeiro a usar o palco foi  Arturo Zoffmann Rodriguez, da NOVA FCSH, que recentemente recebeu a primeira bolsa europeia para estuda a queda das democracias na Europa. Seguiu-se Inês Paninho, da NOVA FCT, que nos demonstrou como o hidrogénio é, de momento, o vetor mais atrativo na área da energia. Depois, Mariana Pinho, do ITQB NOVA, fez um ponto de situação da sua investigação, uma investigadora que recebeu três bolsas europeias consecutivas para estudar a resistência antimicrobiana.   

O palco foi ainda de Miguel de Castro Neto, diretor da NOVA IMS ali na qualidade de investigador, que nos explicou o que está a ser estudado para vivermos em cidades mais sustentáveis. Já Susana Peralta, da Nova SBE, apresentou-nos os resultados do estudo “Desigualdade, Comportamento Individual e Políticas Públicas: Evidência através da Utilização de Dados Administrativos Fiscais”. Silvia Conde, da NOVA Medical School, e Susana Viegas, da Escola Nacional de Saúde Pública – ENSP NOVA, foram as seguintes, com as comunicações: “Reduzindo os riscos associados aos determinantes metabólicos, ambientais e comportamentais da obesidade em crianças, adolescentes e jovens adultos” e “Agentes de stress ambientais como determinantes causais de doenças imunomediadas – mapeamento e priorização de evidências para políticas baseadas no conhecimento”, respetivamente. Por fim, foi a vez de Tiago Correia, do IHMT NOVA, nos falar do seu “Vax-Action: combater eficazmente a hesitação vacinal na Europa”, também selecionado para financiamento europeu.

Ficamos também a saber mais sobre os propósito e resultados da primeira NIRC – NOVA Interdisciplinary Research Community, que visa encontrar sistemas energéticos mais sustentáveis, com a apresentação dos projetos Biorcicle, conduzido por Ana Luísa Fernando, da NOVA FCT, e Ricardo Louro, do ITQB NOVA, e Encompas, da autoria de Ian Scott e Flávio Pinheiro, da NOVA IMS, e António Vicente, da NOVA FCT.  

Foi, depois, o momento de tornar pública a chamada para bolsas para investigação interdisciplinar na NOVA. Em parceria com a Fundação Santander, estas Ignition Grants destinam-se a apoiar projetos colaborativos entre investigadores da NOVA de, pelo menos, 2 unidades de investigação da Universidade de áreas científicas diferentes – e têm candidaturas abertas até 15 de janeiro de 2025.

E a manhã só ficou completa com o anúncio dos vencedores das Narrativas de Impacto – E das respetivas menções honrosas. O desafio recebeu 25 candidaturas, de oito das nove unidades orgânicas da NOVA. Um conjunto de trabalhos que pode consultar com detalhe na edição de 2024 da revista NOVA Science, também disponíveis nesta página.

 

À tarde, mergulhámos num conjunto muito especial de projetos de ciência cidadã, ou seja, que contam com a participação ativa da comunidade. Ao todo, no âmbito do programa Ciência+Cidadã (ITQB NOVA) contámos 7 projetos, conduzidos por 25 investigadores e a contribuição de cerca de 300 pessoas. Desde o Oeiras Experimenta – um laboratório vivo, nascido da parceria entre o ITQB NOVA e a autarquia de Oeiras – ao Mosquito Web, um projeto lançado em 2017 e que continua a dar cartas, visando o envolvimento da população em ações de vigilância de mosquitos, passando pelo PAFSE – um projeto educação de ciência que aborda os desafios da saúde pública – e também pelo Memória para todos, foram várias as iniciativas de ciência cidadã destacadas neste evento. 

Seguiram-se as apresentações de projetos financiados com forte cariz inovador – DxHub (ITQB NOVA), Jump into Space (Uninova) e um projeto LaCaixa Impulse (ITQB com FCT NOVA) – a juntar aos testemunhos das Spin-Offs da NOVA, a atuar nas mais diversas áreas –daLevacells à GloomaThe Use Concept.  

O momento seguinte, sobre o uso responsável da Inteligência Artificial, a partir da ligação a Daniela Melandri, da Unidade para a IA da DG de Investigação e Desenvolvimento da Comissão Europeia, em direto do seu gabinete em Bruxelas, lançou o mote para uma mesa-redonda sobre o impacto da IA na investigação e inovação. 

Melandri destacou que A IA constitui uma excelente ferramenta de apoio”, sublinhou, “desde que usada de forma responsável, e com noção dos riscos e limitações”. Um ponto com que todos, no debate que fechou o dia – e que contou com Joana Gonçalves de Sá (LIP), Vera Lúcia Raposo (NOVA School of Law), João Leite (NOVA FCT)  e Fernando Bação (NOVA IMS) e moderação de Steffen Hoernig, professor da Nova SBE – concordaram, anuindo ainda que já faz parte das nossas vidas. Como ali se ouviu, a IA já chegou até ao mais prestigiado prémio de todo o mundo: “O Nobel da Química deste ano foi entregue a um algoritmo”; como quem diz, veio para ficar e é importante usar as ferramentas disponíveis de forma ética e responsável, sem esquecer os princípios basilares da ciência e do pensamento crítico.