Laboratório de Leptospirose e de Borreliose de Lyme [NI-SERV-2020-22]

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Laboratório de referência em Portugal (IHMT NOVA) para o diagnóstico de Leptospirose, de acordo com as orientações da Sociedade Internacional de Leptospirose (SIL) e da Organização Mundial de Saúde. 

Oportunidade a promover 

Prestação de Serviços / Conhecimento especializado 

Visão geral 

A Leptospirose é uma zoonose reemergente ligada às alterações climáticas. As espiroquetas patogénicas do género Leptospira são o seu agente etiológico. Os roedores, principalmente as ratazanas e os ratos, são os reservatórios mais comuns destas bactérias. A transmissão para humanos ocorre maioritariamente através do contacto direto com urina, solo ou água que contenha leptospirose. 

A doença ocorre frequente com picos sazonais, às vezes em surtos e relacionado com atividades ocupacionais e recreativas. O curso clínico nos humanos varia entre leve a fatal, com um amplo espetro de sintomas e sinais clínicos. A leptospirose é sub-reportada em muitos países devido à dificuldade do diagnóstico clínico e à falta de serviços laboratoriais de diagnóstico. Em Portugal, a leptospirose é uma doença de declaração obrigatória. É uma doença endémica no Arquipélago dos Açores, com uma grande incidência (11.1/100 000 habitantes), cerca de dez vezes maior do que no continente, acompanhada de um crescente número de mortes. 

O laboratório é responsável pelo diagnóstico da leptospirose em amostras biológicas (sangue, soro, urina ou CSF) de utilizadores/pacientes admitidos em hospitais ou clínicas de consultas externas. A avaliação destes fluídos, de acordo com o tempo de evolução da doença, pode ser feito através de testes indiretos (deteção de anticorpos anti-Leptospira) nomeadamente: i) MACROLepto- um teste de rastreio; ii) TAM – Teste de Aglutinação Microscópica. Este último é o teste de referência da OMS, o que inclui uma batera de 28 antigénios vivos (Leptospira serovars) mantidos in vitro, de todo o mundo, e estirpes (serovars) isoladas por nós (ao longo do tempo) em Portugal, para aumentar a sensibilidade do teste. Relativamente aos testes diretos, o laboratório também realiza, além da cultura num meio seletivo para isolamento da Leptospira, testes moleculares, usando PCR convencionais e Nested e PCR em tempo real, para a deteção do DNA da Leptospira. Estas abordagens são uma mais valia, especialmente na fase inicial da doença, quando ainda não existe produção de anticorpos. 

Vantagens Competitivas 

O laboratório tem tido, desde o final dos anos 80, uma intervenção pioneira na comunidade, sendo o único no país a realizar o TAM, o teste de referência recomendado, ainda hoje, pela OMS, entre outras abordagens.  Uma das suas vantagens é a sua inserção numa Unidade Orgânica da NOVA- o IHMT, onde se investiga e ensina nesta área específica. Este facto fornece uma atualização permanente do conhecimento refletida na melhoria da oferta de diagnóstico. 

Um exemplo desta interação foi o desenvolvimento do projeto “Epidemiologia e o Controlo da Leptospirose na Região Autónoma dos Açores”. Entre 2004-2008 foi possível superar uma situação de saúde severa devido à leptospirose, onde a crescente morbilidade e mortalidade forma uma preocupação constante das Autoridades de Saúde locais. Felizmente, nos Açores, desde 2009, não foram relatadas mortes por leptospirose. 

Aplicações 

Nos últimos anos, o laboratório tem fornecido transferência de tecnologia (a nível serológico e molecular), principalmente para os hospitais das ilhas de São Miguel e da Terceira, nos Açores. 

Além disso, como resultado de uma colaboração com a indústria (no âmbito do Programa PRIME), o laboratório desenvolveu e otimizou um teste de rastreio (MACROLepto) que permite um diagnóstico precoce da doença, o que é confirmado mais tarde pelo teste de referência (TAM). 

Anualmente é feito um Controlo de Qualidade externo pela ILS (Sociedade Internacional da Leptospirose – Países Baixos e Austrália). 

Mais detalhes 

Publicações Selecionadas:  

https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/tbed.13409
https://www.nature.com/articles/s41598-018-27555-2.pdf
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26928840
http://journals.cambridge.org/article_S0950268814003331
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4232388/ 

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